sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

CARIRIS VELHOS, passando de passagem


O aboio literário de Pedro Nunes

Fábio Dantas

“O Sertão é um arquétipo que modela a alma e dá uma configuração permanente e original ao ser. Se alguém vai embora, o espírito do lugar acompanha o fugitivo e permanece nos caracteres atávicos latentes manifestados nas atitudes do dia a dia. Quem olha para um sertanejo, onde quer que ele esteja, percebe algo diferente no olhar, nos gestos, no linguajar, na maneira de andar e de agir. É o ethos, a força da terra, o espírito do lugar que o acompanham.”
Para que o leitor compreenda esse arquétipo, Pedro Nunes, ora se apresenta como o estudioso das ciências sociais, que ele é, e há tempos, ora libera o poeta que nele habita e, de repente, como que se transforma num mágico da fotografia que capta os mistérios do microcosmos e os segredos do universo ainda inimaginável. Nada é tão pequeno que lhe oculte o valor, nada é tão imenso e complexo que não se deixe revelar pela reflexão.
O autor vale-se dos elementos da geografia e da história para contextualizar sua análise etnográfica dos fenômenos sertanejos. Todo esse labor acurado tem em vista sanar os olhares preconceituosos incapazes de ver em pessoas de etnia ou classe social diferente o idêntico valor de cada um animal humano.
Vai mais longe o desejo-objetivo do escritor, pois quer que um sentido de urgência se apodere dos leitores para que percebam necessário o engajamento de todos na conservação e recuperação do bioma caatinga. A ecologia permeia, por isso, todo o texto.
Aceitar o convite de Pedro Nunes para seguir a sua trajetória proposta significa aguçar a vontade de informar sobre a pessoa sertaneja de agora e sobre seus ascendentes índios, curraleiros, africanos, santos e demônios. E penetrar nos significados dos nomes das coisas, dos atos do fazer, do sonhar, do criar, do transcender dos grupos humanos que se encontram no singular Sertão paraibano.
Depois dessa viagem pela palavra de Pedro Nunes, muitos haverão de querer visitar o Sertão. E os que pertencem àquele mundo decerto descobrirão encantamentos que foram revelados pelo aboio literário desse sertanejo cosmopolita que, amoroso, nos oferece o Sertão que ele praticamente recriou.

Para comprar este livro:
Entre em contato com o  autor pelo e-mail  
Código do livro: CV
Formato: 14x21 cm
Número de páginas: 191
Preço: R$ 35,00

CAATINGA BRANCA


O espírito do lugar
Caatinga branca é um arbusto nativo do Cariri paraibano. Medra em terreno pedregoso,  tem altura mediana, tronco fino galhos curtos e esbranquiçados. A madeira é torta e dotada de uma resistência incrível. Perde a folhagem com facilidade, razão por que resiste às secas mais prolongadas, rebrotando após a mais leve trovoada. Assim, é também o sertanejo daquela região: forte, resistente, quase teimoso, capaz de recuperar-se com muita rapidez dos grandes prejuízos que as secas lhe causem. Luiz Marinho, Caboco Ferreira, Antônio Bernardo, Cazuza Firmino, Vicente Matias e tantos outros, que encarnaram o espírito do lugar, sem nunca perder a serenidade, o bom humor e a fé, são exemplos de resistência, tenacidade e teimosia. Não há dificuldade que faça essa gente humilde e inquebrantável desviar-se dos caminhos da retidão e honradez. Sem nunca ter estudado, são sábios. Produzem tudo e ficam sem nada. Por isso, penetrados de luz, morrem leves como os passarinhos. São assim os filhos das caatingas: nada possuem, mas têm consciência de sua grandeza interior e sentem-se felizes, ao contrário dos que idolatram o que possuem e não investem com sabedoria na felicidade. Parece não ter sentido escrever sobre pessoas tão humildes e sobre fatos singelos, aparentemente insignificantes. Mas cada lugar precisa exaltar seus heróis para, através deles, mostrar o lugar ao mundo. São, assim, bem simples, os heróis que povoam as caatingas sertanejas: solidez de caráter, honradez, fidelidade, apego ao chão e à família.
Para comprar este livro:
Entre em contato com o autor pelo e-mail:
Código do livro: CB
Formato: 15x11 cm
Número de páginas: 157
Preço: R$ 15,00

MUNDO-SERTÃO, terra não revelada



A sina dos livros

                Mundo-Sertão é livro que fala de pessoas simples e de aconteceres singulares, sem cair no banal.
                Separe! O que é simples exige labor mental para ser enxergado porque se oculta nas dobras do invisível.  O singular não se repete, nem habita lugares comuns. Banal é o que já se apresenta de portas abertas. Desvendado e exposto, dispensa o ato ou esforço mental de compreender.
                Os personagens de Pedro Nunes são um misto de realidade e ficção. Possuem linguagem que revela o mundo onde nasceram e viveram. Suas falas aproximam o leitor do Mundo-Sertão. O que seria de um escritor não fosse o dom de brincar com palavras? Recompor modos de falar é adquirir domínio sobre o passado. O linguajar do autor é saboroso e nostálgico; tem perfume de outrora. Caminhar com o leitor no tempo exige técnica, recomposição de falas e dizeres, modos e estilos; descrição de tipos, ambientes e paisagens.  Para transportar o leitor para seu mundo, Pedro faz tudo isso.
Leia com os olhos e também com os ouvidos. Dê espaço à imaginação. Guarde o que existe além da leitura.
                Mundo-Sertão não é livro para repousar em fundo de gaveta. Menos ainda para enfeitar estante. São cantos e contos para serem lidos, relidos e passados à frente a pessoas de sua estima.
                Não se trata de obra perfeita. O autor deixa claro que sua incompletude não é proposital, e sim, fruto de suas limitações ante a vastidão do chão onde pisa. Em terra não revelada, tudo é novo.
                Segredos existem para serem desvendados. Ler de maneira crítica é compreender e até mesmo completar a trajetória do autor. Não sendo produto finalizado, este livro vai se completar e acontecer na imaginação do leitor.
                Igual às pessoas, os livros também caminham, têm sina ou destino. Eles vêm ao mundo sem saber nas mãos de quem vão parar. Este andou bastante e acabou chegando às suas mãos. Bom destino!
Quem escreve deseja se comunicar. Livro que não é lido é voz que silencia e emudece.   Por isso, Mundo-Sertão desfruta do desejo de encontrar leitores que percorram seus caminhos, saboreando dizeres e fazeres do povo.
                O autor não se sente dono nem de palavras, nem de ideias. Brinca com elas, mas sabe que não lhe pertencem porque fazem parte de patrimônio cultural comum.
                 Este livro revela dois mundos opostos que integram um todo e ninguém sabe exatamente onde termina um e onde começa o outro. O bem e o mal trilham caminhos paralelos, sem se contrapor. Um não escandaliza o outro. Convivem... Ao mesmo tempo, Mundo-Sertão é ser falante. Nas entrelinhas, conceitos e ideologias. Mas nada imposto. O leitor desfruta da liberdade de discordar.
                A intenção do autor é viajar com você em leitura prazerosa, ética e construtiva. 

 Para comprar este livro:
      Entre em contato com o autor através do e-mail
pnunesfilho@yahoo.com.br
Código do Livro: MS
Formato: 16x22 cm
Número de páginas: 216
Preço: R$ 50,00







GUERREIRO TOGADO


LETRAS SERTANEJAS:
História de um cangaceiro-doutor
Acaba de ser lançada no RECIFE a Segunda Edição do livro GUERREIRO TOGADO, do escritor PEDRO NUNES FILHO. A obra trata da luta armada do Dr. Augusto Santa Cruz, promotor público em Monteiro, Paraíba do Norte.
Em 1911, o bacharel insurgiu-se contra o governo da Paraíba, formou uma milícia armada de 500 homens e fez uma guerra que encheu todo o Sertão.
Dr. Santa Cruz recebeu o apoio do General Dantas Barreto e foi acolhido pelo Padre Cícero, no Juazeiro, que fez grande esforço para pacificar a Paraíba.
         Trata-se de uma epopéia sertaneja, cuja leitura empolga e comove.
Edição luxuosa, comemorativa dos 100anos (1911-2011) daquele incidente político que teve desdobramentos em Pernambuco e no Ceará.
Impresso no formato 16x23cm, o livro contém 516 páginas e 69 fotos preto e branco, sangradas, em excelente resolução.
Prefácios de Frederico Pernambucano de Mello e de Antônio Jorge de Siqueira. O texto da orelha é José Rafael de Menezes que depõe: “Guerreiro Togado inscreve-se entre os melhores estudos municipalistas nordestinos.”
José Rafael de Meneze - escritor
ENTREVISTA

Com Pedro Nunes Filho, autor do livro GUERREIRO-TOGADO, segundo José Rafael de Menezes, “um dos melhores ensaios municipalistas nordestinos.”

R- Quem era o Guerreiro Togado?
P- Um bacharel em Direito chamado Augusto de Santa Cruz Oliveira, popularmente conhecido por Sinhozinho do Areal. Dr. Santa Cruz formou-se em 1895 na Faculdade de Direito do Recife e foi nomeado Promotor Público de Monteiro, sua terra natal.
R- O que houve com ele?
P- Naquela época era permitido o exercício da politicagem togada. Isto é: promotores e juízes podiam participar da política partidária e até disputar mandatos representativos ou eleições majoritárias.
R- Os adversários chamavam-no de cangaceiro, por quê?
P- Para denegrir sua imagem. Ele não era um cangaceiro, e sim, um revoltoso que tentou derrubar a oligarquia que governava a Paraíba havia anos.
R- Qual a relação dele com o famigerado Antônio Silvino?
P- Nenhuma. Apenas alguns cabras de seu grupo, às vezes, transitavam no bando de Silvino. O fato é que Antônio Silvino, com uma pontinha de inveja de sua fama, um dia declarou: “De uns tempos desses para cá, não gozo mais de prestígio, só se quer saber de cangaceiro-doutor!” Foi o suficiente para o apelido pegar.
R- Sim, mas como aconteceu o desentendimento?
P- Santa Cruz dizia-se com os direitos políticos abolidos e o direito de defesa ameaçado. Um dia prenderam um cabra de sua confiança chamado Peba. Aí, a coisa pegou fogo. Ele reuniu 120 homens recrutados dos porões do cangaço e, numa madrugada-manhã gelado, dia 6 de maio de 1911, fortemente armados e municiados, invadiu Monteiro, quebrou a cadeia, soltou os presos, prendeu o destacamento de polícia e seu comando, apoderou-se das armas e marchou contra a cidade que ainda estava adormecida.
R- O que pretendia, então?
P- Vingar-se de seus adversários políticos, desmoralizando-os.
R- Como?
P- Depois de algumas horas de resistência armada de algumas autoridades e de cidadãos comuns, Santa Cruz prendeu o Prefeito da cidade, Coronel Pedro Bezerra, o promotor público, Dr. Inojosa Varejão e mais três cidadãos influentes, seus desafetos.
R- Quem era o governador da Paraíba?
P- João Lopes Machado, governador, sentindo-se impotente para resgatar os reféns e estabelecer a ordem, pediu ajuda ao governador de Pernambuco Herculano Bandeira.
R- Que ajuda recebeu?
P- Herculano Bandeira autorizou um Batalhão composto de 240 praças, 10 oficiais e um comandante deslocar-se para Alagoa de Baixo, hoje Sertânia, e invadir a Paraíba, municiados com 50 mil cartuchos para a luta.
R- Houve uma guerra, então?
P- Vendo que não podia resistir na cidade, dias antes do planejado ataque à urbe, Santa Cruz desloca-se para sua fazenda Areal, levando consigo os prisioneiros e lá organiza uma resistência, armados e entrincheirados.
R- E a luta?
P- Aconteceu no dia 27 de maio de 1911. As forças de Pernambuco juntaram-se a 120 homens da polícia paraibana e atacaram a Fazenda Areal, às 10 horas da manhã. A luta foi intensa e estendeu-se até a tarde, quando o grupo de Santa Cruz viu-se com pouca munição e bateu em retirada.
R- A polícia os perseguiu?
P- Não, porque eles levavam consigo os reféns e podia acontecer o pior.
R- Onde Santa Cruz foi parar?
P- Um mês de caminhada a pé, ele foi parar no Juazeiro do Padre Cícero. No percurso foi liberando os reféns um por um, pois não lhe convinha chegar no reduto sagrado com autoridades prisioneiras.
R- Como o padre o recebeu?
P- Considerando Santa Cruz vítima de perseguição política, o padre concedeu-lhe asilo, desarmou todos os cangaceiros e deu-lhes ocupações dignas.
R- E a guerra acabou aí?
P- Não. Santa Cruz era um homem valente e obstinado. O padre fez tudo para ele comprar uma fazenda no Piauí e nunca mais voltar à Paraíba. Os conselhos foram em vão. No ano seguinte 1912, voltou e encontrou suas fazendas queimadas e destruídas  pela polícia. Aí, então, juntou-se ao médico Franklin Dantas, pai de João Dantas, formaram um exército de 500 homens e saíram atacando as principais cidades paraibanas com o intuito de derrubar o governador João Machado. É o que se chamou a Guerra de 12 que encheu todo o Sertão.
R- Enfim?
P- Derrotado, Santa Cruz refugiou-se em Pernambuco que estava sendo governado pelo General Dantas Barreto, seu amigo que até então o havia apoiado e, anos depois, o nomeou Juiz de Direito de Afogados da Ingazeira, tendo falecido na cidade de Limoeiro, como um magistrado valente, respeitado e probo.

Como comprar este livro?
Entre em contato com o autor através do e-mail abaixo e faça seu pedido:
pnunesfilho@yahoo.com.br
Código da obra: GT
Formato: 16x23
Preço: RR 70,00