sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

MUNDO-SERTÃO, terra não revelada



A sina dos livros

                Mundo-Sertão é livro que fala de pessoas simples e de aconteceres singulares, sem cair no banal.
                Separe! O que é simples exige labor mental para ser enxergado porque se oculta nas dobras do invisível.  O singular não se repete, nem habita lugares comuns. Banal é o que já se apresenta de portas abertas. Desvendado e exposto, dispensa o ato ou esforço mental de compreender.
                Os personagens de Pedro Nunes são um misto de realidade e ficção. Possuem linguagem que revela o mundo onde nasceram e viveram. Suas falas aproximam o leitor do Mundo-Sertão. O que seria de um escritor não fosse o dom de brincar com palavras? Recompor modos de falar é adquirir domínio sobre o passado. O linguajar do autor é saboroso e nostálgico; tem perfume de outrora. Caminhar com o leitor no tempo exige técnica, recomposição de falas e dizeres, modos e estilos; descrição de tipos, ambientes e paisagens.  Para transportar o leitor para seu mundo, Pedro faz tudo isso.
Leia com os olhos e também com os ouvidos. Dê espaço à imaginação. Guarde o que existe além da leitura.
                Mundo-Sertão não é livro para repousar em fundo de gaveta. Menos ainda para enfeitar estante. São cantos e contos para serem lidos, relidos e passados à frente a pessoas de sua estima.
                Não se trata de obra perfeita. O autor deixa claro que sua incompletude não é proposital, e sim, fruto de suas limitações ante a vastidão do chão onde pisa. Em terra não revelada, tudo é novo.
                Segredos existem para serem desvendados. Ler de maneira crítica é compreender e até mesmo completar a trajetória do autor. Não sendo produto finalizado, este livro vai se completar e acontecer na imaginação do leitor.
                Igual às pessoas, os livros também caminham, têm sina ou destino. Eles vêm ao mundo sem saber nas mãos de quem vão parar. Este andou bastante e acabou chegando às suas mãos. Bom destino!
Quem escreve deseja se comunicar. Livro que não é lido é voz que silencia e emudece.   Por isso, Mundo-Sertão desfruta do desejo de encontrar leitores que percorram seus caminhos, saboreando dizeres e fazeres do povo.
                O autor não se sente dono nem de palavras, nem de ideias. Brinca com elas, mas sabe que não lhe pertencem porque fazem parte de patrimônio cultural comum.
                 Este livro revela dois mundos opostos que integram um todo e ninguém sabe exatamente onde termina um e onde começa o outro. O bem e o mal trilham caminhos paralelos, sem se contrapor. Um não escandaliza o outro. Convivem... Ao mesmo tempo, Mundo-Sertão é ser falante. Nas entrelinhas, conceitos e ideologias. Mas nada imposto. O leitor desfruta da liberdade de discordar.
                A intenção do autor é viajar com você em leitura prazerosa, ética e construtiva. 

 Para comprar este livro:
      Entre em contato com o autor através do e-mail
pnunesfilho@yahoo.com.br
Código do Livro: MS
Formato: 16x22 cm
Número de páginas: 216
Preço: R$ 50,00







5 comentários:

Fabiano Correia de Araújo disse...

Há muito tempo que eu não lia um livro escrito com uma linguagem tão depurada e saborosa. É um resgate linguístico magnífico dos nossos sertões.

João Cândido da Rocha disse...

Taí, um livro belo, escrito sem floreios e rico em conteúdo! O estilo do autor dispensa adjetivos. Só usa substantivos. Por isso, torna-se mais verdadeiro e será uma linguagem sempre atualizada e moderna.Isso é talento, não?!

Mano Gladstone disse...

Não pude conter minha ansiedade naquela leitura tão deliciosa, devorei então noite adentro até uma da manhã a metade das histórias do MUNDO-SERTÃO. No Conto I, saquei de logo, que o artista da CASA DO MENINO ARTÍFICE que o escritor Pedro Nu...nes passou a admirar e que eu tanto frequentava (o atellier) quando criança em Summer City (Sumé) era o meu primo pintor, escultor, poeta, filósofo, um homem de sentimentos profundos... o menino que empinava papagaios e que pintava tetos das igrejas, MIGUEL GUILHERME, sobrinho da minha avó Luísa Guilherme, que me criou. Pedro discorre de forma sui-generis, apegando-se inteiramente ao modo de falar dos sertanejos. Conta com muita clareza de espírito e sentimento de escritor conhecedor do sertão, o que ouviu do artista Miguel, sobre a vida daquele lindo rapazinho francês, ADOLFO SAMUEL, o judeu mascate, seu amigo viajante aventureiro, Zaca, daqui do Recife, da Rua dos Judeus... Narra de forma genial a prosa de Duda de Macapá com Samuel, e por aí segue surpreendendo esse leitor que vez em quando viajava "praquelas" terras sertanejas a escutar ainda os pássaros, e agora a entender o que jamais saberia, não fosse mais essa audaciosa viagem do escritor PEDRO NUNES, ao MUNDO-SERTÃO. Uma da manhã desse último dia de 2011, peguei o marcador de páginas e já me encontrava às fls. 92. O MUNDO-SERTÃO é uma das maravilha! Continuarei devorando-o pra saber mais e mais e mais, sobre a história dos humanos dos Cariris Velhos... Só desejo a vc, Pedro! Muitos e muitos anos de vida pra escrever a história de nossa brava gente. Grande abraço, Mano Gladstone

PEDRO NUNES FILHO disse...

MANO GLADSTONE: Seu comentário é o primeiro que recebo de um Mayer, trineto de Adolfo. Como autor, não poderia ouvir algo mais gratificante. Você captou em sua integralidade a essência do livro e o significado que pretendi dar à história. Vindo de um artista, pessoa culta, como você e, por cima de tudo familiar, fico absolutamente tranquilo e certo de que toda a família haverá de gostar da história e mais ainda, se não for muita pretensão de minha parte, saborear a linguagem que utilizei para descrever a saga do velho judeu. Os 3 longos anos de trabalho que dediquei a este livro já estão plenamente recompensados por seu valioso comentário. Obrigado! PEDRO NUNES

Adolfo Samuel Mayer disse...

PEDRO NUNES.

Em se tratando da história de um MAYER, fico agradecido de antemão. Vou tentar adquirir um exemplar para desfrutar das memórias do meu trisavô. Principalmente por ter sido agraciado pelo meu pai, Osvaldo Mayer , filho de Marcolino Mayer, com o nome de ADOLFO SAMUEL MAYER. Inclusive tive o prazer de, certa feita, passando por Sumé ou, como diz o primo Mano Gladstone, "summer city", me deparei com um busto de Adolfo Samuel na praça. Na ocasião não tive como registrar o fato com fotos, mas pretendo passar por lá novamente e fazer o registro. Obrigado por nos trazer à memória os fatos da vida do judeu-francês.